quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Retrato de salas de aula



O ano letivo de 2013 inicia-se nas escolas brasileiras. Vale pensar que, escola é escola em qualquer lugar! Estudantes, livros, cadernos, carteiras, cadeiras e outros equipamentos que compõem o ambiente escolar se fazem presentes neste espaço, independente da raça, da cultura, da história, do poder aquisitivo, da nacionalidade... sala de aula expressa o desejo da aprendizagem.  Observando as fotos de Julian Germain (inglês, que desde 2004, percorreu diversos países, fotografando salas de aula), alimentamo-nos do desejo de ser professor e enaltecer esta instituição tão valorosa ESCOLA!



Escola Primária Al Ishraq, AkamatAl Me’gab, Distrito de Manakha, Iêmen. Do classroom portraits 2004-2012, Julian Germain, copyright © Julian Germain, 2012.

Escola Estadual Nossa Senhora do Belo Ramo, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Do classroom portraits 2004-2012, Julian Germain, copyright © Julian Germain, 2012.


Gambela Elementary School, Gambela, Distrito Welisso, Do classroom portraits 2004-2012, Julian Germain, copyright © Julian Germain, 2012.


Julian Germain, Classroom Portraits

Deneside Infant’s School, Seaham, County Durham, UKDo classroom portraits 2004-2012, Julian Germain, copyright © Julian Germain, 2012.

Julian Germain, Classroom Portraits

Omar Bin Alkahabab Educational Complex, Boys' Science Secondary School, Doha, QatarDo classroom portraits 2004-2012, Julian Germain, copyright © Julian Germain, 2012.

Julian Germain, Classroom Portraits

Openbare Basisschool de Kruikplank, Drouwenermond, Drenthe, the Netherlands.Do classroom portraits 2004-2012, Julian Germain, copyright © Julian Germain, 2012.

Julian Germain, Classroom Portraits

Escuela Primaria Angela Landa, Old Havana, Havana, CubaDo classroom portraits 2004-2012, Julian Germain, copyright © Julian Germain, 2012.


Fotos retiradas dos sites:

www.porvir.org/porpensar/ingles-fotografa-salas-de-aula-em-19-paises/20120918

www.slate.com/blogs/behold/2012/11/28/julian_germain_photographs_of_classroom_portraits_around_the_world.html

www.oglobo.globo.com/educacao/veja-algumas-salas-de-aula-fotografadas-por-julian-germain-7437310


quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O gigolô das palavras.

Luís Fernando Veríssimo

Quatro ou cinco grupos diferentes de alunos do Farroupilha estiveram lá em casa numa mesma missão, designada por seu professor de Português: saber se eu considerava o estudo da Gramática indispensável para aprender e usar a nossa ou qualquer outra língua. Cada grupo portava seu gravador cassete, certamente o instrumento vital da pedagogia moderna, e andava arrecadando opiniões. Suspeitei de saída que o tal professor lia esta coluna, se descabelava diariamente com suas afrontas às leis da língua, e aproveitava aquela oportunidade para me desmascarar. Já estava até preparando, às pressas, minha defesa (“Culpa da revisão! Culpa da revisão!”). Mas os alunos desfizeram o equívoco antes que ele se criasse. Eles mesmos tinham escolhido os nomes a serem entrevistados. Vocês têm certeza que não pegaram o Veríssimo errado? Não. Então vamos em frente.
Respondi que a linguagem, qualquer linguagem, é um meio de comunicação e que deve ser julgada exclusivamente como tal. Respeitadas algumas regras básicas da Gramática, para evitar os vexames mais gritantes, as outras são dispensáveis. A sintaxe é uma questão de uso, não de princípios. Escrever bem é escrever claro, não necessariamente certo. Por exemplo: dizer “escrever claro” não é certo, mas é claro, certo? O importante é comunicar. (E quando possível surpreender, iluminar, divertir, mover… Mas aí entramos na área do talento, que também não tem nada a ver com Gramática.) A Gramática é o esqueleto da língua. Só predomina nas línguas mortas, e aí é de interesse restrito a necrólogos e professores de Latim, gente em geral pouco comunicativa. Aquela sombria gravidade que a gente nota nas fotografias em grupo dos membros da Academia Brasileira de Letras é de reprovação pelo Português ainda estar vivo. Eles só estão esperando, fardados, que o Português morra para poderem carregar o caixão e escrever sua autópsia definitiva. É o esqueleto que nos traz de pé, certo, mas ele não informa nada, como a Gramática é a estrutura da língua mas sozinha não diz nada, não tem futuro. As múmias conversam entre si em Gramática pura.
Claro que eu não disse isso tudo para meus entrevistadores. E adverti que minha implicância com a Gramática na certa se devia à minha pouca intimidade com ela. Sempre fui péssimo em Português. Mas – isso eu disse – vejam vocês, a intimidade com a Gramática é tão indispensável que eu ganho a vida escrevendo, apesar da minha total inocência na matéria. Sou um gigolô das palavras. Vivo às suas custas. E tenho com elas exemplar conduta de um cáften profissional. Abuso delas. Só uso as que eu conheço, as desconhecidas são perigosas e potencialmente traiçoeiras. Exijo submissão. Não raro, peço delas flexões inomináveis para satisfazer um gosto passageiro. Maltrato-as, sem dúvida. E jamais me deixo dominar por elas. Não me meto na sua vida particular. Não me interessa seu passado, suas origens, sua família nem o que outros já fizeram com elas. Se bem que não tenho o mínimo escrúpulo em roubá-las de outro, quando acho que vou ganhar com isto. As palavras, afinal, vivem na boca do povo. São faladíssimas. Algumas são de baixíssimo calão. Não merecem o mínimo respeito.
Um escritor que passasse a respeitar a intimidade gramatical das suas palavras seria tão ineficiente quanto um gigolô que se apaixonasse pelo seu plantel. Acabaria tratando-as com a deferência de um namorado ou a tediosa formalidade de um marido. A palavra seria a sua patroa! Com que cuidados, com que temores e obséquios ele consentiria em sair com elas em público, alvo da impiedosa atenção dos lexicógrafos, etimologistas e colegas. Acabaria impotente, incapaz de uma conjunção. A Gramática precisa apanhar todos os dias pra saber quem é que manda.

Reflexão
Ensino de gramática: Tradição X Liberdade
Luiz Fernando Veríssimo, no texto “O gigolô das palavras” (1982), revelou que, a prática de ensino da língua materna no Brasil, baseada exclusivamente no ensino da gramática, deve ser repensada apontando para a  questão da linguagem como meio de comunicação.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais, os PCN’s (1997), representaram um grande avanço em relação ao ensino de língua materna nas escolas.

Saiba mais sobre PCN:
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro02.pdf

 

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

“Quem não se comunica, se estrumbica” Abelardo Barbosa, o famoso Chacrinha

                                                                                                                 A comunicação é essencial em todas as circunstâncias na vida de um ser humano.



segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Governo adia início do Acordo Ortográfico de Língua Portuguesa

Decreto assinado por Dilma Rousseff foi publicado no 'Diário Oficial'.
Novo prazo para entrada em vigor do acordo é 1º de janeiro de 2016.

A obrigatoriedade do uso do Acordo Ortográfico de Língua Portuguesa, assinado em 2008 e previsto para entrar em vigor no próximo dia 31, foi adiada por mais três anos. O novo prazo para entrada em vigor do acordo é 1º de janeiro de 2016. A presidente Dilma Rousseff assinou um decreto redigido pelo Ministério de Relações Exteriores e publicado na edição desta sexta-feira (28) do "Diário Oficial da União".
O novo prazo foi definido durante reunião de um grupo interministerial composto, além de membros do MRE, por técnicos do Ministério da Educação e da Casa Civil.
saiba mais
De acordo com a assessoria de imprensa da Casa Civil, a ministra-chefe Gleisi Hoffmann recebeu em novembro um grupo de senadores que defenderam o adiamento do prazo, e convocou uma reunião com os ministérios envolvidos no tema. Uma reunião com representantes dos ministérios das Relações Exteriores, Cultura e da Casa Civil, definiu que o acordo vai começar a valer daqui a três anos. A nova data escolhida pelo grupo, que reúne técnicos e subchefes dos três ministérios tem como objetivo ajustar o prazo brasileiro com o de Portugal, que tem mais três anos até que o acordo seja totalmente aplicado no país. Até 31 de dezembro de 2015, coexistirão a norma ortográfica atualmente em vigor e a nova norma estabelecida.
Segundo o Ministério da Educação, o Brasil é o que mais avançou na implantação do acordo entre os oito países que assinaram o documento. Mesmo já tendo feito "a lição de casa", o secretário de Educação Básica, César Callegari, explicou ao G1 que o MEC é favorável a alinhar o cronograma brasileiro "com o cronograma de outros países, entre eles Portugal".
Mudanças do novo acordo ortográfico (Foto: Reprodução)Algumas das mudanças que fazem parte do novo
acordo ortográfico (Foto: Reprodução)
Callegari afirmou que, pouco depois da ratificação do acordo pelo Brasil, o ministério, que é o maior provedor de livros didáticos do país, começou a incluir, em seus editais de compra de livros e dicionários para escolas, a exigência de que os materiais já estejam adaptados às novas regras da ortografia. Porém, para ele, a preparação dos professores para ensinar as novas regras cabe às universidades.
"Boa parte da tarefa que cabe ao ministério está realizada. O trabalho de formação de professores e atualização cabe fundamentalmente ao sistema de ensino, das instituições públicas e privadas de educação superior. Mas as diretrizes estão dadas, e os materiais já estão com as novas características dessa nova ortografia", disse. 
O MRE afirmou, por meio de sua assessoria, que seus técnicos ficaram responsáveis por minutar o decreto até o fim do mês, para que ele possa ser submetido à Presidência da República. Mas, segundo o ministério, novo prazo será definido pela própria presidente. A ideia, de acordo com o MRE, é prorrogar a entrada em vigor do acordo para dar mais tempo de adaptação das pessoas à nova ortografia.

ENTENDA O ACORDO ORTOGRÁFICO DE LÍNGUA PORTUGUESA
O que é?
Um documento assinado em 1990 que tem o apoio da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e tem como objetivo unificar as regras do português escrito em todos os países que têm a língua portuguesa como idioma oficial.
O que mudou desde 1990?
Apenas as regras de implantação, porém, as regras ortográficas continuam as mesmas. Em 1990, quando foi assinado, a previsão era de que o acordo entraria em vigor em 1994, mas dependia da ratificação de todos os países. Como isso não aconteceu, a regra foi alterada em 2004 para que o documento entrasse em vigor com a ratificação de três dos oitos países lusófonos. O Brasil foi o primeiro a ratificar o protocolo que alterou a regra. 
Quando entra em vigor?
O governo de cada país deve ratificar o acordo assinado e definir seus prazos para que ele entre em vigor internamente. Segundo a CPLP, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe já ratificaram o acordo. Timor Leste, que em 1990 ainda não era uma nação independente, também já aderiu. Angola é o único país-membro da CPLP que ainda não ratificou o acordo.
Fonte: CPLP
Pedagogia defasada
Mas a data de implantação do acordo não é a única preocupação de alguns políticos e membros da sociedade civil. Senadores que integram a Comissão de Educação, Cultura e Esporte acreditam que parte da dificuldade de adesão dos brasileiros às novas regras é culpa da falta de debate em torno do tema.
De acordo com a assessoria de imprensa do presidente da comissão, Roberto Requião (PMDB-PR), o senador "vê com reservas" o conteúdo do acordo porque ele foi articulado pelos governos, mas não ganhou espaço de discussão na socidade. Os senadores tinham o objetivo de elaborar um projeto de lei para adiar a implantação do documento, mas, em conversas com os ministérios, decidiu-se que a melhor abordagem seria por meio de um decreto.
Em entrevista à Rádio ONU, a senadora Ana Amélia (PP-RS), que também integra a comissão e, segundo sua assessoria, é autora do projeto, afirmou que a proposta de adiar o prazo é um "gesto de solidariedade" e de "boa vontade política".
Já a ideia de substituir o projeto de lei por um decreto presidencial serve para "facilitar do ponto de vista legislativo. Um projeto de resolução criaria alguns problemas de ordem legal em função de ser um acordo internacional".
Um dos maiores críticos do acordo no país quer aproveitar o possível adiamento para mudar o conteúdo da nova ortografia. Segundo o professor Ernani Pimentel, presidente da Editora Vestcom e do Movimento Acordar Melhor, é preciso simplificar as novas regras e "ajustar problemas que não foram percebidos" pelas pessoas responsáveis pela elaboração e assinatura do documento.
Para ele, como a implantação do acordo avançou menos nos demais países e tem recebido críticas por lá, e como o Brasil deve adiar a entrada em vigor das nossas regras por mais três anos, o momento é oportuno para corrigir as principais questões.
O mais sério dos problemas, segundo ele, é o fato de o acordo ter sido pensado na década de 1970, quando o sistema educacional era muito diferente do atual. "Naquela época a educação se baseada na didática da memorização, na chamada 'decoreba'. Em história, o que se estudava história eram nomes e datas, e em português eram só as regras e as exceções. Mas a pedagogia foi evoluindo, e hoje o aluno está acostumado a racionar, ele quer pensar e entender, e não ficar decorando, e essas regras são baseadas ainda na pedagogia antiga", afirmou Pimentel ao G1.
Segundo Callegari, do MEC, as propostas de simplificação não estão contempladas na discussão do grupo interministerial. "O que poderia ser considerado e sempre pode ser considerado são propostas que visam simplificar, mas não seria adiar, seria outro acordo".
Muitas regras
O especialista explica que, com tantas regras no idioma atual, e a falta de conhecimento a respeito das mudanças acordadas, é impossível falar português fluentemente. Desde 2008, ele já colheu mais de 20 mil assinaturas de brasileiros contra a implantação da nova ortografia.
Mais da metade, segundo Pimentel, é formada por professores, muitos deles ainda sem familiaridade com a nova ortografia e contrários à forma como o acordo foi feito, sem o devido debate nas escolas, universidades e na sociedade em geral.
"Você não pode fazer um acordo de ortografia sem ver o que os professores acham. Se os professores não aprenderem [as novas regras], eles não podem ensinar", afirmou o especialista. Ele afirma que os professores calculam gastar 400 horas de aula ao ensino da ortografia no ciclo básico e, mesmo assim, os brasileiros saem da escola sem dominar as regras. A simplificação, nesse caso, auxiliaria a melhorar a qualidade da educação. "Essas regras são ilógicas, não pode impor na sociedade."

 Texto retirado da página g1.globo.com/educacao.